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Culinária brasileira: Conheça as comidas típicas do Brasil
A culinária brasileira é rica, saborosa e diversificada. Cada um dos estados brasileiros tem seus pratos típicos, preparados de acordo com antigas tradições, que são transmitidas a cada geração.
O significado da comida ultrapassa o simples ato de alimentar-se. São muitas as tradições que consideram a hora da refeição como semi-sagrada, de silêncio, compostura e de severidade. Manda-se respeitar a mesa e, no interior, não se comia trazendo armas, chapéu na cabeça ou então sem camisa. Comer junto é aliar-se: a palavra "companheiro" vem do latim "cum panis", de quem compartilha o pão.
Entre as diversas comidas tradicionais brasileiras que merecem ser citadas, encontram-se:
Região Sul
No Rio Grande do Sul, nada é mais tradicional do que o churrasco. Também devem ser mencionados o arroz-de-carreteiro e o salame de porco. O chimarrão, feito com erva-mate, tomado em cuia e bomba apropriada, é uma marca registrada do gaúcho. A colonização italiana introduziu a produção de vinho, em especial na região da Serra gaúcha.
No Paraná, é comum o barreado, uma mistura de carnes, preparada em panela de barro e acompanhada de farinha de mandioca e banana. Em Santa Catarina, temos as caldeiradas de peixe e, de sobremesa, as tortas de maçã, introduzidas pelaimigração alemã.
Região Sudeste
O tutu de feijão, a feijoada, a linguiça, carne de porco e as postas de peixe com pirão são encontradas em diversos Estados da região. No Espírito Santo, há a moqueca capixaba, preparada em panela de barro, com vários tipos de peixe e frutos do mar: marisco, siri, caranguejo, camarão, lagosta, bacalhau, palmito e a tintura de urucum.
Em Minas Gerais, há diversos pratos com carne de porco, galinha ao molho pardo ou com quiabo e angu, arroz carreteiro, arroz com galinha, feijão tropeiro, tutu, couve, torresmo e farofa. O pão de queijo, de origem mineira, hoje é encontrado em várias capitais do país. Sobremesas: bolo de fubá, goiabada com queijo, doces em calda (cidra, abóbora, figo) e doce de leite. O Rio de Janeiro contribui com o picadinho de carne com quiabo e o camarão com chuchu.
Em São Paulo, a culinária caipira se assemelha à de Minas, mas a colônia italiana introduziu as massas e a pizza. Também merecem destaque os pastéis, tão frequentes quanto apetitosos. Há quem diga que eles têm origem na China, mas sobre isso não há certeza. Por outro lado, a imigração japonesa também deixou marcas na mesa dos paulistas, em especial na capital, onde há vários restaurantes japoneses.
Região Centro-Oeste
Entre outros pratos, podem ser citados o arroz de carreteiro, o escaldado, pacu frito ou assado, peixe com mandioca, frango com guariroba, espeto, quiabo frito, pirão, caldo de piranha, dourado recheado.
Região Nordeste
Pratos preparados com peixes são típicos do litoral, enquanto manteiga de garrafa, carne-de-sol e charque representam o sertão. A rapadura é tradicional desde o ciclo da cana-de-açúcar, no início da colonização.
A presença africana é nítida na alimentação da Bahia: vatapá, sarapatel, caruru, acarajé, abará, bobó de camarão, xinxim de galinha, moqueca de peixe. O azeite de dendê é o que diferencia e perfuma os alimentos. Entre os doces, há cocadas, quindim, baba de moça e o famoso "bolinho do estudante", feito de tapioca.
No litoral de Pernambuco, são tradicionais os peixes, ensopados de camarão e casquinhas de siri. No interior do estado, a carne-de-sol e a buchada de bode ou carneiro. No Ceará, há pratos à base de frutos do mar - caranguejos, siris, camarões, ostras e lagosta. Peixada, acompanhada de farinha. No sertão, carne de sol, baião-de-dois, feijão verde, carneirada e a panelada. Doces, sucos e sorvetes feitos com frutas tropicais: cajá, seriguela, graviola, pitomba, pitanga, jambo, coco. No Rio Grande do Norte, toma-se a alambica (sopa de jerimum com leite).
Região Norte
Caldeirada de tucunaré, tacacá, tapioca, pato no tucupi. De origem indígena, o tacacá é uma sopa com tapioca, camarão seco, pimenta e tucupi, nome de um molho preparado com mandioca e jambu que acompanha o pato ou o peixe. Na sobremesa, doces de castanha-do-pará e frutas típicas: açaí, cupuaçu e graviola. Bolo de macaxeira, baião-de-dois.
Cachaça
A bebida mais típica do Brasil é a aguardente de cana-de-açúcar, ou cachaça, que se encontra em todo o território nacional. Sua popularidade pode ser medida pela quantidade de sinônimos que a imaginação popular deu a essa bebida de alto teor alcoólico:
abre,
abre-bondade, abre-coração, abrideira, abridora, aca, ácido,
aço, acuicui, a-do-ó, água, água-benta, água-bórica,
água-branca, água-bruta, água-de-briga, água-de-cana,
água-de-setembro, água-lisa, água-pé, água-pra-tudo,
água-que-gato-não-bebe, água-que-passarinho-não-bebe,
aguardente, aguarrás, agundu, alicate, alpista, alpiste, amarelinha,
amorosa, anacuíta, angico, aninha, apaga-tristeza, a-que-incha, aquela-que-matou-o-guarda,
a-que-matou-o-guarda, aquiqui, arapari, ardosa, ardose, ariranha, arrebenta-peito,
assina-ponto, assovio-de-cobra, azeite, azougue, azulada, azuladinha, azulina,
azulzinha, bafo-de-tigre, baga, bagaceira, baronesa, bataclã, bicarbonato-de-soda,
bicha, bichinha, bicho, bico, birinaite, birinata, birita, birrada, bitruca,
boa, boa-pra-tudo, bom-pra-tudo, borbulhante, boresca, braba, branca, brande,
branquinha, brasa, braseira, braseiro, brasileira, brasileirinha, brava,
briba, cachorro-de-engenheiro, caeba, café-branco, caiana, caianarana,
caianinha, calibrina, camarada, cambraia, cambrainha, camulaia, cana, cana-capim,
cândida, canguara, canha, canicilina, caninha, caninha-verde, canjebrina,
canjica, capote-de-pobre, cascabulho, cascarobil, cascavel, catinguenta,
catrau, catrau-campeche, catuta, cauim, caúna, caxaramba, caxiri,
caxirim, caxixi, cem-virtudes, chá-de-cana, chambirra, champanha-da-terra,
chatô, chica, chica-boa, chora-menina, chorinho, choro, chuchu, cidrão,
cipinhinha, cipó, cobertor-de-pobre, cobreia, cobreira, coco, concentrada,
congonha, conguruti, corta-bainha, cotreia, crislotique, crua, cruaca,
cumbe, cumbeca, cumbica, cumulaia, cura-tudo, danada, danadinha, danadona,
danguá, delas-frias, delegado-de-laranjeiras, dengosa, desmanchada,
desmanchadeira, desmancha-samba, dindinha, doidinha, dona-branca, dormideira,
ela, elixir, engenhoca, engasga-gato, espanta-moleque, espiridina, espridina,
espírito, esquenta-aqui-dentro, esquenta-corpo, esquenta-dentro,
esquenta-por-dentro, estricnina, extrato-hepático, faz-xodó,
ferro, filha-de-senhor-de-engenho, filha-do-engenho, filha-do-senhor-do-engenho,
fogo, fogosa, forra-peito, fragadô, friinha, fruta, garapa-doida,
gás, gasolina, gaspa, gengibirra, girgolina, girumba, glostora, goró,
gororoba, gororobinha, gramática, granzosa, gravanji, grogue (CAB),
guampa, guarupada, homeopatia, iaiá-me-sacode, igarapé-mirim,
imaculada, imbiriba, incha, insquento, isbelique, isca, já-começa,
jamaica, januária, jeriba, jeribita, jinjibirra, juçara, junça,
jura, jurubita, jurupinga, lágrima-de-virgem, lamparina, lanterneta,
lapinga, laprinja, lebrea, lebreia, legume, levanta-velho, limpa,
limpa-goela, limpa-olho, limpinha, linda, lindinha, linha-branca, lisa,
lisinha, maçangana, maçaranduba, maciça, malafa, malafo,
malavo, malunga, malvada, mamadeira, mamãe-de-aluana (ou aluanda
ou aruana ou aruanda ou luana ou luanda), mamãe-sacode, manduraba,
mandureba, mangaba, mangabinha, marafa, marafo, maria-branca, maria-meu-bem,
maria-teimosa, mariquinhas, martelo, marumbis, marvada, marvadinha, mata-bicho,
mata-paixão, mateus, melé, meleira, meropeia, meu-consolo,
miana, mijo-de-cão, mindorra, minduba, mindubinha, miscorete, mistria,
moça-branca, moça-loura, molhadura, monjopina, montuava, morrão,
morretiana, muamba, mulata, mulatinha, muncadinho, mundureba, mungango,
não-sei-quê, negrita, nó-cego, nordígena, número-um,
óleo, óleo-de-cana, omim-fum-fum, oranganje, oroganje, orontanje,
oti, otim, otim-fifum, otim-fim-fim, panete, parati, parda, parnaíba,
patrícia, pau-de-urubu, pau-no-burro, pau-selado, pé-de-briga,
péla-goela, pelecopá, penicilina, perigosa, petróleo,
pevide, pílcia, piloia, pilora, pindaíba, pindaíva,
pindonga, pinga, pingada, pinga-mansa, pinguinha, piraçununga, piribita,
pirita, pitianga, pitula, porco, porongo, preciosa, prego, presepe, pringomeia,
pura, purinha, purona, quebra-goela, quebra-jejum, quebra-munheca, quindim,
rama, remédio, restilo, retrós, rija, ripa, roxo-forte, salsaparrilha-de-brístol,
samba, santa-branca, santamarense, santa-maria, santinha, santo-onofre-de-bodega,
semente-de-arenga, semente-de-arrenga, sete-virtudes, sinhaninha, sinhazinha,
sipia, siúba, sorna, sumo-da-cana, sumo-de-cana-torta, suor-de-alambique,
suor-de-cana-torta, supupara, suruca, tafiá, tanguara, teimosa, teimosinha,
tempero, terebintina, tiguara, tindola, tíner, tinguaciba, tiguara,
tiquara, tira-calor, tira-juízo, tira-teima, tira-vergonha, titara,
tiúba, tome-juízo, três-martelos, três-tombos,
uca, uma-aí, unganjo, upa, urina-de-santo, vela, veneno, venenosa,
virge, virgem, xarope-de-grindélia, xarope-dos-bebos, xarope-galeno,
ximbica, ximbira, xinabre, xinapre, zuninga.
Apesar de toda a simpatia que lhe dedica a cultura popular brasileira, não se deve esquecer que a cachaça é uma bebida alcoólica e, nesse sentido, seu consumo acarreta vários riscos à saúde. O álcool é uma droga e provoca dependência. O alccolismo é uma doença e provoca outras doenças, como alguns tipos de cânceres e cirrose hepática. De acordo com a lei, é proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade.
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Antecedentes e produção
A canção "Aquarela do Brasil" recebeu esse título porque foi composta numa noite de 1939 na qual Barroso foi impedido de sair de casa devido a uma forte tempestade. Naquela mesma noite, também compôs "Três Lágrimas" antes que a chuva acabasse.
Antes de ser gravada, "Aquarela do Brasil", inicialmente chamada de "Aquarela Brasileira", foi apresentada pelo barítono Cândido Botelho no musical Joujoux e balangandans, espetáculo beneficente patrocinado por Darcy Vargas, a então primeira-dama. A canção foi originalmente gravada por Francisco Alves, com arranjos e acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra, e lançada pela Odeon Records naquele mesmo ano. Foi também gravada por Aracy Cortes e, apesar da popularidade da cantora, a canção não fez sucesso, talvez por não ter se adequado bem à voz dela.
Popularidade
O sucesso de "Aquarela do Brasil" demorou a se perpetuar. Em 1940, não conseguiu ficar entre as três primeiras colocadas no concurso de sambas carnavalescos, cujo júri era presidido por Heitor Villa-Lobos, com quem Barroso cortou relações, que só foram retomadas quinze anos depois, quando ambos receberam a Comenda Nacional do Mérito. O sucesso só veio após a inclusão no filme de animação Saludos Amigos, lançado em 1942 pelos Estúdios Disney. Foi a partir de então que a canção ganhou reconhecimento não só nacional como internacional, tendo se tornado a primeira canção brasileira com mais de um milhão de execuções nas rádios estadunidenses.
Devido à enorme popularidade conquistada nos Estados Unidos, a canção recebeu uma letra em inglês do compositor Bob Russell, escrita para Frank Sinatra em1957. Desde então, já foi interpretada por cantores de praticamente todas as partes do mundo.
Durante a ditadura militar, Elis Regina interpretou aquela que talvez seja a versão mais sombria da canção, acompanhada por um coral que reproduzia os cantos dos povos indígenas do Brasil.
Críticas
A canção, por exaltar as qualidades e a grandiosidade do país, marcou o início do movimento que ficaria conhecido como samba-exaltação. Este movimento, por ser de natureza extremamente ufanista, era visto por vários como sendo favorável à ditadura de Getúlio Vargas, o que gerou críticas à Barroso e à sua obra. No entanto, a família do compositor nega que ele algum dia tenha sido favorável à política de Vargas, destacando o fato de que ele também escreveu "Salada Mista" (gravada em outubro de 1938 por Carmen Miranda), uma canção contrária ao nazi-fascismo do qual Vargas era simpatizante. Vale notar também que antes de seu lançamento, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) vetou o verso "terra do samba e do pandeiro", por entender que era "depreciativo" para o Brasil. Barroso teve de ir ao DIP para convencer os censores da preservação do verso.
Outra crítica feita à obra de Barroso, na época, foi que usava termos pouco usuais no cotidiano, tais como "inzoneiro", "merencória" e "trigueiro", e que abusava daredundância nos versos "meu Brasil brasileiro" e "esse coqueiro que dá coco". O autor se defendeu, dizendo que estas expressões são efeitos poéticos indissolúveis da composição. Na gravação original,Francisco Alves canta "mulato risoneiro" no lugar de "inzoneiro" por não ter compreendido a caligrafia ilegível de Barroso.